Hoje renasci... renasci das cinzas que sobravam de mim. Aquela não era eu, aquela não era quem todos a minha volta julgavam ser... Estive morta. Hoje revivi. O amor não é algo só do momento, é algo que se vai cultivando, a paixão é momentânea... Mas o amor perdura sempre. Houve alturas que não soube quem era. Hoje redescobri-me, percebi que a verdade por vezes dói, magoei, menti, enganei, desiludi… e o pior é que não foi só aos que me rodeiam, tentei enganar-me a mim, mesma. Mas o pior cego é aquele que não quer ver, principalmente se o cego formos nós. O amor e a mentira não se dão bem, e eu que o diga. Não se pode omitir algo à pessoa que ama-mos, principalmente quando essa pessoa faz tudo por nós. Se o fazemos é porque se calhar não é bem amor, o que senti-mos por essa pessoa, talvez uma paixão, uma atracão física ou uma amizade extremamente colorida. Nunca tive intenções de magoar ninguém, mas a verdade é que provavelmente magoei. Porque me dói? Dói me mais, por magoar alguém que gosta realmente de mim, e que faz qualquer coisa para me ver feliz. Mas há coisas que simplesmente não são assim que se fazem, as vezes temos de dar um rumo certo à nossa vida, por mais que custe, por mais que nos faça chorar. Hoje saí do poço onde me encontrava. Hoje do fogo renasci como uma Fénix.
Um dia foste o “meu herói”, hoje desiludiste-me. Quando eu era pequena, fazias me rir, mas hoje fizeste-me chorar. Antes pedia-te “só mais uma, pai!” e tu lias mais uma, hoje pedi “tem calma, não tens de estar assim só por isto…” mas tu não quiseste saber, não te importas te se as palavras que dizias me magoavam, ou não... Desde sempre que digo que tenho o melhor pai do mundo, hoje percebi que nem por isso. As vezes penso se ainda gostas de mim, hoje acho que não… As vezes gostava de ser criança outra vez, para voltar a ter a tua atenção, para me levares ao colo para a cama quando adormeço no sofá, para brincares comigo no jardim, para me leres uma história antes de dormir, ou simplesmente para teres tempo para estar comigo… Mas apesar de tudo isto, eu gosto de ti, também como posso não gostar? És o meu pai, o “herói” que sempre me “salvou” dos monstros dos meus pesadelos, bastava eu chamar e tu vinhas, fosse que hora fosse, estavas lá para me sossegar. Podes magoar-me uma, duas vezes… Mas vou sempre gostar de ti, afinal de contas és o meu Herói.