My Dark Side
sexta-feira, 9 de agosto de 2024
Poema à Beira Mar
quinta-feira, 25 de abril de 2024
Memórias daquela madrugada
terça-feira, 26 de março de 2024
A todas as "Auroras"...
"Prometo que foi a última vez, desculpa eu vou mesmo mudar" foi o que ela ouviu quando ainda estava caída no chão da sala, a tentar limpar o sangue que lhe escorria do nariz, com a ponta da manga do seu hoodie.
Já tinha perdido a conta das vezes que ouvira aquela frase, uma frase mais antiga que ela própria e que tantas outras também ouviram antes dela.
Na sua cabeça, tentava lembrar-se de como é que tudo aquilo tinha começado, em que ponto da sua vida tinha havido tamanha falta de coragem que a tivesse impedido de se defender e impor da primeira vez que ele lhe levantou a mão, já nada lhe fazia sentido, tinha a cabeça a andar a roda e tudo o que se passou de seguida parecia uma cena de um filme em câmara lenta quando na realidade não passou de uma fração de segundos...
Uma súbita força vinda dos confins da sua alma oprimida fizeram na levantar, e é aqui que começa o problema, pois o problema de todos os agressores é nunca contarem que vai haver um dia que a sua vítima vai reagir tal e qual como um animal selvagem ferido, e na vida selvagem vale tudo para sobreviver.
Nem pensou, num impulso primitivo e selvagem limitou-se a sobreviver, pegou no cinzeiro de pedra, que se encontrava em cima da mesa de centro à frente do sofá, e deu com ele na nuca do seu companheiro.
Caiu no chão inconsciente. Que frágil lhe parecera agora o seu habitual agressor, que fácil seria agora infligir toda a dor que ele lhe causou ao longo dos anos, que simples seria agora que ele se encontra nesta posição tão impotente e incapaz de se defender pegar a beata de um cigarro e apagá-la no seu tronco nu ou talvez no pescoço assim sempre ficavam com uma cicatriz a condizer, ou melhor aproveitar se do seu estado de inconsciência e abusar dele assim como assim nem se vai lembrar porque estava inconsciente, que mal teria? Podia continuar a bater-lhe, fazer-lhe as mesmas marcas que ele lhe foi fazendo nos últimos anos, podia, queria tanto, mas tanto, que lhe doesse tanto quanto a dor que ela sentia.
Podia ter feito tanta coisa...mas a porta, alguém tinha que bater à porta, naquele preciso momento em que na sua cabeça só lhe ocorriam variadíssimas maneiras de se vingar de toda a dor e violência, alguém lhe batia à porta, provavelmente o casal do 3º andar, devem ter ouvido o estrondo do corpo do seu marido a cair no chão, abriu a porta e eles não perguntaram nada, mais uma vez só disseram "ouvimos te gritar" e foi nesse momento que a adrenalina que percorria o seu corpo desapareceu, as lágrimas começaram rolar pela sua face inchada e dorida assim como o sangue que lhe escorria do nariz novamente, começou a sentir tudo de uma só vez, as dores do corpo e as da alma, a mágoa, o arrependimento, a angústia e o medo.
Aquele medo congelante que sempre a impediu de tomar uma atitude, medo que ele acordasse ainda mais furioso que antes, ou pior...medo que ele não acordasse de todo.
- "Tirem-me daqui, por favor!" Suplicou Aurora.
- "Acabou...já acabou, agora vais ficar bem" disse-lhe Marta, a vizinha, enquanto a abraçava.
- "Acabei de falar com eles, vão mandar o carro de patrulha e uma ambulância, e nós somos tuas testemunhas... foi em legítima defesa" Diogo fez questão de frisar bem a sua última frase, de forma a tentar transmitir alguma confiança a Aurora, que chorava compulsivamente.
- "Eu não queria....eu juro, mas ele...eu não queria...desculpem" soluçava sem conseguir articular uma frase seguida.
- "Desculpa de quê Aurora? A culpa nunca foi tua, agora tens de cuidar de ti, nós vamos te ajudar e tu vais ficar bem, ainda há esperança para ti e agora podes ser feliz"
E assim foi, ficou tudo bem, perante a justiça ficou provado ter sido em legítima defesa e com o passar do tempo as feridas do corpo foram desaparecendo, as da alma...essas demoram mais a sarar, mas eventualmente também irão passar.
Para Aurora houve o que se pode chamar de final feliz, ela conseguiu escapar das mãos do marido e das estatísticas...
E tu?
Vais fazer parte dos números anuais de vítimas mortais de violência doméstica?
E tu, que ouves os gritos ao longe desde o conforto do teu lar, vais ser uma Marta ou um Diogo? Ou vais continuar impávido e sereno a aumentar o som da TV para fingir que não ouves os gritos?
E tu? Tu que devias ter vergonha nessa tua cara e não tens... Tu que juras mudar, que juras nunca mais lhe tocar, que acordaste tão diferente mas se logo a noite o jogo de futebol correr mal é a ela que vais espancar, porque no fundo quem mais jura mais mente.
Até quando? Até quando vamos ter de assistir a essas histórias reais?
Quantas mais vão ter de tombar e entrar para as estatísticas nacionais para que realmente se comece a fazer algo?
O caminho ainda é longo, muito se fez até aqui, mas ainda não chega, ainda temos muita luta pela frente.
Que nunca se calem as vozes que defendem os oprimidos e os que sofrem.
Que haja sempre uma Marta ou um Diogo por perto.
E a todas as Auroras desta vida, que nunca lhes falte a coragem.
Sombra
domingo, 25 de fevereiro de 2024
Ele amou-a
Tantos que vieram dizendo que a amavam com promessas ocas, vazias de sentimento. Palavras apenas, que nunca nenhum cumpriu.
Mas ele amou-a.
Com todos os seus defeitos e lacunas do ser... Ele amou-a.
Como se ama alguém assim?
Com tanto por corrigir, tantos defeitos que nem ela gostava... Nunca tinha percebido na realidade o que ele tinha visto nela para a amar.
Até lhe ter perguntado e para sua surpresa ele ter dito que "desde o primeiro dia que ali tinhas entrado".
Nunca lhe tinha passado pela cabeça que em todos esses anos, (quase tantos como aqueles que ela tinha quando ali chegou), ele a via, notava-a no meio de tantas outras que por ali passaram, durante tanto tempo ele viu a com os olhos da alma e ela nem tinha dado por isso, de ocupada que sempre estava entre amores e desamores que a puxavam para o abismo escuro e sombrio, aquele abismo onde quase sucumbiu.
Foi aí que ele a encontrou, embrulhada num manto de medos e anseios, de olhar vazio de esperança e um set de Lego sem instruções no lugar do coração.
Talvez nem se tenha apercebido na altura, do tanto que foi com tão pouco que demonstrava, mas ela soube...
Ela soube que ali estava segura, ali havia amor, nos gestos e atitudes, não só nas palavras, porque essas também já não lhe diziam muito, de tantas que o vento já lhe tinha levado todas as outras vezes. As palavras bonitas já não lhe faziam assim tanta falta como quando era uma miúda e sonhava.
E de que adianta sonhar se não for para tornar realidade?
Por isso pegou no sonho, no amor que ele lhe deu e amou-o de volta.
Do sonho nasceu a realidade tão desejada, porque na sua simplicidade e compaixão ele amou-a e ela finalmente encontrou o Amor com que tanto sonhava.
Sombra
domingo, 11 de fevereiro de 2024
Simplesmente difícil
sábado, 28 de julho de 2018
Se Te Amo?
segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018
"Him & I" porque o resto é só isso mesmo... ❤
Se a boca cala o que sente o coração, os teus olhos gritam toda esta paixão.
Que posso eu dizer que já não te tenha dito?
Que podemos fazer para acalmar este sentimento aflito?
Aflito por se expressar, aflito para deixar mostrar.
Mostremos ao mundo então, com que cores pintamos a nossa vida.
Por que houve um tempo em que os meus dias eram cinzentos, sem cor...
Até que um dia os nossos olhares se cruzaram, as estrelas beberam um copo e brindaram ao nosso amor!
E os meus dias, encheram se luz e cor como uma paleta de tons coloridos, vibrantes e brilhantes...
Ai como as estrelas beberam meu amor...
Só nós sabemos como são bêbedas as nossas estrelas!
Mas sabes que mais? Ainda bem que assim foi...
Chega de uma vida cheia de "Amo-te" vazios e sem sabor!
Vamos dar cor à nossa vida e encher o nosso futuro de Amor.
Que me ames assim todos os dias, pois eu vou amar te assim "até que a morte nos separe"...
Porque sei que um dia diremos que "sim" um ao outro e se já é deste jeito agora... Nesse dia nada nem ninguém vai conseguir calar este amor!
Porque no final "it's Him and I" e quanto ao resto... É só isso mesmo ❤
Sombra Negra
domingo, 3 de dezembro de 2017
As estrelas beberam antes de escrever a nossa história...
segunda-feira, 5 de dezembro de 2016
De braço dado com a saudade...
Só sei que quem a inventou nunca deve ter amado alguém
A cada dia que passa, a saudade abraça me e um bocadinho de mim morre com esse abraço fatal.
Os dias vão passando e com eles, a saudade aumenta e a tua presença diminui...
Sei que nada disto estava previsto, mas o facto é que aconteceu...
Os nossos olhos cruzaram se nos corredores e o teu sorriso levou o meu coração..
E agora amor, como resolvemos esta situação?
Só há uma maneira de matar a saudade...
Sabes como?
Com o teu abraço.
Mas até que chegue esse dia, eu espero aqui de braço dado com a saudade.
quarta-feira, 26 de outubro de 2016
Quem nunca Amou que atire a primeira pedra...
Ainda hoje não percebo o que fizeste comigo...
Só sei que no dia que te vi o meu coração ficou contigo.
Fiquei à espera que no devolvesses mas em vez do meu deste me o teu...
E agora meu amor?
Como vai ser?
Que será de nós que não nos podemos ter...
Não sei que Fado iremos ter,
mas deixemos o rio seguir o seu leito pra que juntos possamos ver
o que irá acontecer.
Se é certo ou errado...
Quem nos pode julgar?
Quem nunca amou que atire a primeira pedra...
Mas meu amor
Uma coisa eu sei,
certo ou errado...
Eu sempre te amarei.
Sombra